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STF julga dois do Paraná por atos golpistas; veja quem eles são e o que fizeram

O Supremo Tribunal Federal (STF) começa a julgar na quarta-feira (13), quatro ações penais de acusados de participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro que resultaram na invasão e depredação das sedes da Corte, do Congresso e do Palácio do Planalto. Dos quatro primeiros a serem julgados, dois são do Paraná. Moacir José dos Santos é de Cascavel (região Oeste) e foi preso em flagrante dentro do Palácio do Planalto. Já Matheus Lima de Carvalho Lazaro tem 24 anos e mora em Apucarana (região Norte) e foi preso após invadir o Congresso e tentar voltar para o acampamento em frente ao Quartel do Exército portando um canivete. Gravações e mensagens enviadas por ele mesmo à esposa comprovam a participação na invasão e depredação dos prédios públicos.

Preso alegou que defendia “ideais” da Bíblia e da moral

Moacir é apontado como um dos ‘agentes que seguiram para o Palácio do Planalto, invadiram o prédio e quebraram vidros, depredaram cadeiras, painéis, mesas, obras de arte e móveis históricos, inclusive um relógio trazido ao Brasil por D. João VI em 1808, rasgaram uma tela de autoria de Di Cavalcanti, destruíram carpetes e outros bens, inclusive com emprego de substância inflamável’.

Ele veio para Brasília em um ônibus fretado com mais de 60 pessoas, e não pagou pela viagem. Em depoimento, alegou que entrou no Palácio quando percebeu que as portas já estavam abertas e havia muitas pessoas lá dentro. Também disse não ter praticado atos de violência contra agentes de segurança e nem danificado nenhum bem.

A defesa de Santos argumentou que o réu entrou no Palácio “tomado pelo instinto humano de se proteger das bombas de gás” e que “os próprios policiais acenavam” para que os manifestantes entrassem no prédio. Em seu interrogatório, disse que veio participar de uma manifestação pacífica e que ele buscava um Brasil “melhor” e que “defendia os ideais das escrituras sagradas e da moral”. Investigadores da Polícia Federal encontraram em seu celular vídeos e fotos com cenas de destruição no Palácio do Planalto.

Material genético de preso comprovou participação em invasão

Na ação em que responde no STF, peritos da PF incluíram também um laudo que comprova ser seu um material genético coletado na sede do Executivo. Santos teve a prisão revogada em 8 de agosto por decisão do ministro Alexandre de Moraes, e passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica. Está proibido de sair de casa à noite nos finais de semana, precisa se apresentar a um juiz toda segunda-feira, não pode sair do país, usar redes sociais ou conversar com qualquer envolvido com os atos.

Entregador de Apucarana defendeu “quebrar tudo”

Já Matheus Lima de Carvalho Lazaro tem 24 anos e mora em Apucarana (região Norte) onde trabalha de entregador. Segundo as investigações, veio de ônibus de sua cidade até Brasília, e disse em depoimento que pagou pelas despesas da viagem.

Chegou na capital federal na manhã de sábado de janeiro, e montou acampamento na região do QG do Exército. A alimentação ficou por conta dos organizadores, que forneciam comida em refeições periódicas servidas em barracas no local.

No dia 8 de janeiro, caminhou em direção à Esplanada dos Ministérios. Ele disse que já havia muitas pessoas na Praça dos Três Poderes e dentro do Congresso, no momento em que chegou no local. Ele subiu a rampa da sede do Legislativo e ficou no teto do edifício, ao lado das cúpulas, orando e registrando o movimento com celular.

Réu alegou que foi a Brasília para “marcha da liberdade”

Em audiência, disse que não participou do ato com intuito de invadir os prédios públicos, e sim de uma manifestação pacífica.“Eu vim para uma marcha da liberdade”, disse durante audiência.

“Sou contra aborto, contra drogas, por isso que a gente veio manifestar. Para que não fosse pautado isso, para virar banheiro masculino junto com homem e mulher, liberação de droga. Foi isso que a gente veio lutar”, afirmou.

Lázaro também alegou que entrou no Congresso quando o local já estava tomado por manifestantes e circulou dentro de algumas salas. Quando policiais começaram a jogar bombas, afirmou que resolveu voltar ao acampamento, subindo de volta pelo Eixo Monumental pelo mesmo caminho que havia feito horas antes.

Na altura do estádio Mané Garrincha, Lázaro foi abordado por policiais militares e começou a correr. Foi preso por policiais na região da Praça do Buriti. Ele estava carregando um canivete.

Em seu celular, os investigadores encontraram conversas dele com sua esposa, na época grávida. A mulher demonstrou preocupação com os desdobramentos dos ataques que acompanhava pela televisão.

Em áudio enviado às 16h36, Lázaro disse para ela que “tem que quebrar tudo, pra ter reforma, pra ter guerra … Pro exército entrar”.”A gente tem que fazer isso aí pro exército entrar, e todo mundo ficar tranquilo. O exército tem que entrar pra dentro”, afirmou na ocasião.

Invasor disse à mulher que era preciso “intervenção militar”

Ele também disse à mulher que era preciso uma intervenção militar para o Exército tomar o poder. Lázaro segue preso. De dentro da Papuda, não viu o nascimento do seu primeiro filho, em 29 de junho.

“É por isso que ‘nóis tá’ aqui; o Exército toma o poder”

“É por isso que ‘nóis tá’ aqui. Pra intervenção militar… O Exército toma o poder, entendeu?”. Essa foi uma das últimas frases que o entregador paranaense disse para sua mulher grávida antes de ser preso com um canivete na noite do 8 de janeiro. “O exército vem pra gente, amor. Isso que tô falando. O exército não vai ‘vim’ contra nós. ‘Nóis tá’ fazendo intervenção militar”, acrescentou, em uma mensagem enviada no fim da tarde, enquanto ainda fazia parte da turba que invadiu o Congresso.

As mensagens de Matheus para sua mulher fazem parte de um laudo de perícia criminal da Polícia Civil do Distrito Federal disponibilizado para a CPMI dos 8 de janeiro, que investiga os ataques golpistas que tomaram de assalto a capital federal questionando a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, pedindo intervenção militar e em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Segundo as informações da polícia, o golpista, preso nas proximidades do Palácio do Buriti com uma camisa da seleção brasileira de futebol, uma jaqueta do exército e um canivete de 16 cm, é de Apucarana, no Paraná, e nunca tinha sido preso antes. Informado sobre seu direito de permanecer em silêncio, quis dar sua própria versão dos fatos.

Entregador disse ser “bolsonarista e nacionalista”

Para a polícia, Matheus contou que é entregador, ganha um salário mínimo, vai à igreja evangélica e gosta de jogar futebol. Também disse ser “bolsonarista e nacionalista” e ter participado ativamente de “movimentos” de oposição ao presidente eleito, como o acampamento de sessenta dias em frente ao 30º batalhão de infantaria em sua cidade natal. Foi lá que teria recebido o convite para participar da viagem a Brasília.

Com informações:Bem Paraná

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