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Ataques e pedidos de direito de resposta marcam último debate na TV, com sete candidatos à Presidência

Sete candidatos à presidência participaram nesta quinta-feira (29) do último debate na Televisão antes das eleições. O primeiro turno será neste domingo (2). O debate, na TV Globo, foi mediado por Willian Bonner e ficou marcado pelos ataques a Luz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), os dois mais bem colocados nas pesquisas. Os dois também foram os que mais pediram direitos de resposta durante o programa.

Os candidatos presentes eram Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro (PL), Padre Kelmon (PTB), Felipe D’Ávila (Novo), Lula (PT), Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil). Pelas regras, eram dois blocos com perguntas livres e dois blocos com temas pré-definidos. Os candidatos ficavam sentados em poltronas e tinha que caminhar ao púlpito central na hora de perguntar ou responder.

Primeiro bloco

No primeiro bloco, Ciro e D’Avila (Novo) fizeram uma dobradinha para atacar os governos do PT e definiram suas gestões como “maior escândalo de corrupção da história do Brasil”. Ao ser questionado por d’Avila sobre o fato de Lula ter sido autor do “maior escândalo de corrupção”, Ciro afirmou que o petista reclama das mentiras do presidente Bolsonaro, mas faz uma coisa mais hábil que é destacar êxitos de um curto período de tempo dos seus governos, sem considerar os reflexos da pior crise econômica da história, desemprego alto e corrupção generalizada. Em ironia, Ciro afirmou que o “paraíso” descrito por Lula nos anos de PT sob comando do Executivo resultou “na tragédia Bolsonaro”. D’Avila citou o mensalão revelado nos governos do PT. “Como essa pessoa tem capacidade moral para lidar com o Brasil, para tirar o Brasil do buraco?”, questionou, em referência a Lula. “Vote em alguém ficha limpa”, finalizou.

Ainda no primeiro bloco, houve três pedidos de direito de resposta seguidos, quando Lula e Bolsonaro trocaram acusações sobre episódios de corrupção durante os governos petistas e do atual presidente. Lula questionou Bolsonaro sobre sua gestão durante a pandemia e as acusações levantadas pela CPI da covid. Bolsonaro respondeu mencionando a prisão do ex-presidente e fazendo críticas aos episódios de corrupção durante os governos do PT. “Queria lembrar as pessoas que, graças ao que fizemos [no meu governo], fomos capazes de descobrir a corrupção e punir os culpados. Quando o nosso candidato [Bolsonaro] vem aqui e diz para apresentar vacinas, vou lembrar aqui alguns escândalos: 51 imóveis, mansão de 6 milhões, rachadinhas de Queiroz”, apontou o candidato petista.

Soraya Thronicke acusou Padre Kelmon de “cabo eleitoral” de Bolsonaro – no começo, Kelmon e o chefe do Executivo fizeram uma espécie de “dobradinha”, com críticas ao PT e elogios à atuação do governo. A candidata perguntou a Kelmon se “ele não tem medo de ir para o inferno”. “Vocês só falam de covid, só se morre por covid neste País?”, respondeu o candidato do PTB. Kelmon ganhou direto de resposta e falou que Soraya faltou com o respeito.

Segundo bloco

No segundo bloco, os temas eram pré-determinados. Bolsonaro e Tebet protagonizaram um enfrentamento sobre meio ambiente. Ela disse que, em termos ambientais, o atual chefe do Executivo foi o “pior presidente” da história do País. “O mundo virou as costas para o Brasil porque o presidente apoia projetos que são verdadeiros retrocessos e quer destruir a Amazônia”, declarou Tebet. Bolsonaro rebateu a senadora e disse que colocou as Forças Armadas para combater incêndios na Floresta Amazônica. O presidente tentou fazer uma dobradinha com Felipe d’Avila, mas o candidato do Novo citou o orçamento secreto, esquema pelo qual o governo destina emendas parlamentares, sem critérios e transparência, para garantir apoio de parlamentares no Congresso. D’Avila também disse que nos últimos anos houve irresponsabilidade fiscal e descumprimento do teto de gastos.

Felipe d’Avila voltou a abordar os casos de corrupção nos governos do PT que, segundo ele, afetaram saúde, educação e, inclusive, as cotas raciais, que foi a temática sorteada. A Lula, ele perguntou: “Vai governar o País como chefe de governo que sabia dos R$ 120 bilhões desviados ou alguém incompetente que não sabia?”. Em resposta, Lula pediu a D’Avila “a fonte” dos dados citados. “De vez em quando as pessoas que vêm aqui falam com facilidade de número sem nenhuma experiência concreta de saber como funciona a máquina pública”, afirmou. O ex-presidente voltou a citar êxitos nos programas sociais adotados nas suas gestões, inclusive o ingresso de pessoas de baixa renda nas universidades. “A Lei de Cotas é o pagamento de uma dívida de 350 anos de escravidão”, afirmou.

Terceiro bloco

No terceiro bloco, com tema livre, em debate com Ciro Gomes, Soraya Thronicke afirmou que, com as reformas econômicas que promoveria se eleita, a fiscalização do sistema financeiro aumentaria e, assim, causaria problemas a quem “adora comprar no dinheiro vivo”. A família Bolsonaro comprou ao longo de anos 51 imóveis pagando ao menos parte em moeda corrente, conforme revelou reportagem do UOL, o que levanta suspeitas, ainda não investigadas, de sonegação fiscal nas transações. Ciro Gomes afirmou concordar “plenamente” com Soraya, mas acrescentou a necessidade de uma “profunda reforma fiscal”.

Sobre meio ambiente, Lula e Simone criticaram o governo do presidente Jair Bolsonaro pela ineficácia na defesa da agenda verde e das mudanças climáticas. “Acabei de falar de mudanças climáticas com o presidente e mais uma vez ele vem com inverdades e fala de questões que não conhece ou simplesmente não se importa”. Na dobradinha, Lula destacou êxitos do seu governo e afirmou que, durante suas gestões, o Brasil se transformou no País que mais controlou desmatamento e assumiu a responsabilidade de controlar as emissões de gás carbônico.

Kelmon questionou Lula sobre corrupção e interrompeu o petista várias vezes durante a resposta, a ponto do mediador Bonner chamar a atenção. Em resposta, o ex-presidente afirmou que “candidato laranja não tem respeito por regra, candidato laranja faz o que quer”. Kelmon era vice da chapa de Roberto Jefferson (PTB), que teve a candidatura negada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Não estou vendo na sua cara um representante da igreja, estou vendo um impostor. Você resolveu ser o candidato laranja e se prestar a esse serviço de enganar o povo”, continuou Lula em crítica ao Padre. Kelmon chamou Lula de “descondenado” e afirmou que o petista não deveria disputar a Presidência. “O senhor é cínico, mente, o senhor é um ator”, criticou. Os dois candidatos continuaram batendo boca e ambos interromperam o tempo um do outro. Bonner ameaçou chamar o intervalo e pediu desculpas ao espectador e aos demais candidatos.

Ciro Gomes citou o orçamento secreto para dizer que o governo federal tem casos de corrupção, ao contrário do que diz Bolsonaro. O chefe do Executivo tentou se isentar e afirmou não ter responsabilidade sobre o orçamento secreto. Ciro reagiu e afirmou que bastaria ao presidente determinar aos ministros de Estado que não empenhe as emendas RP-9, que é a base do esquema. Ciro Gomes também afirmou, sem dar detalhes, que o governo federal está sob “acusações pesadas”. “Sobre o senhor e seus familiares”, destacou. “Onde tem? Não minta”, respondeu Bolsonaro, que desviou do assunto.

Quarto bloco

No quarto bloco, com temas pré-determinados por sorteio, Soraya tinha uma pergunta sobre segurança pública e escolheu Bolsonaro, mas perguntou a ele se ele iria respeitar o resultado das eleições ou se iria dar golpe. O presidente retrucou dizendo que ela pediu diversos cargos no governo e, como não conseguiu, virou uma inimiga. Soraya questionou se Bolsonaro tomou vacina contra Covid-19 e ele disse que comprou 500 milhões de doses de vacina. “Vacinou quem quis”, disse ele, que ainda a chamou de “laranja”. “Soraya ganhou um direito de resposta. “Não sou uma candidata laranja, o senhor me respeite”, disse ela, ressaltando que as perguntas que ela fez não foram respondidas. Bolsonaro ganhou u direito de resposta e, nele, fez campanha para Capitão Contar (PRTB), candidato ao governo do Mato Grosso do Sul e oposição a Soraya, que é senadora por esse estado.

Em uma das poucas participações sem conflitos ou fuga do tema proposto, Lula escolheu Ciro pedetista para abordar o tema Cultura e começou a pergunta com críticas aos cortes do atual governo ao segmento. Ciro concordou com Lula sobre a importância da área, afirmando que a cultura que afirma a identidade do País, se comprometendo a recriar o Ministério da Cultura e rever as leis de fomento. Ciro criticou a Lei Rouanet por centralizar os recursos no eixo Rio-São Paulo.

Considerações finais

Nas considerações finais, Felipe D’Ávila lamentou a polarização e disse que o Brasil não vai crescer desse jeito. E pediu consciência ao eleitor.

Ciro atacou o modelo econômico e o sistema do país nos últimos 20 anos, dizendo ainda que isso levou ao desemprego e à informalidade, antes de pedir o voto.

Padre Kelmon afirmou que foi tratado com ódio pelos outros candidatos e pediu para votarem em todos os candidatos do partido, o PTB.

Soraya agradeceu a Deus e aos brasileiros e disse que seu partido, o União Brasil, prega a união. Pediu que o eleitor não se deixe enganar e vote em quem é ficha limpa.

Simone Tebet disse que o futuro do Brasil está na mão do eleitor e pediu uma reflexão, afirmando que a escolha tem que partir do coração.

Lula falou que no debate tinha três tipos de propostas diferentes e disse que o eleitor pode escolher que tem mais condição de cuidar do povo.

Bolsonaro repetiu o lema “Deus, Pátria, Família e Liberdade”, afirmou que não tem corrupção em seu governo e que é um exemplo para o mundo.

Com informações:Bem Paraná

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