A mudança repentina no estilo de vida da administradora financeira Uiara Regina Cardoso Teixeira foi o que chamou a atenção do cantor Alexandre Pires e de sua esposa. A ex-funcionária foi condenada pela Justiça em primeiro instância por furto qualificado de R$ 1,5 milhão, cujos valores foram retirados das contas pessoais e empresariais do casal. A defesa já recorreu.
Nesta segunda (30), a atual advogada dos réus, Luciana Aparecida de Freitas, foi contatada e enviou uma nota pública, onde afirmou que já recorreu da sentença e comprovará no processo sua inocência. Leia a nota na íntegra ao final da reportagem.
Segundo o relato do cantor, que consta no processo e foi realizado durante depoimento em juízo, a ex-funcionária passou a ostentar carros de luxo, viagens e procedimentos estéticos, incompatíveis com o salário que recebia na época, de cerca de R$ 4 mil. Ela foi demitida por justa causa.
O casal ainda relatou ao juiz que Uiara utilizou procurações revogadas para praticar os crimes.
“Neste caso, apesar da negativa de autoria, no sentido de que a parte ré não subtraiu valor algum das vítimas, a prova é robusta para a condenação. Após quebra de sigilo bancário da vítima, como bem constou do relatório de auditoria contábil financeira, a parte ré fez movimentação de numerários muito acima do que recebeu no período. Apesar dos seus documentos juntados, ganhos relevantes, além do seu salário como empregada, não foram demonstrados”, justificou o magistrado ao dar a sentença.
As informações constam na sentença do juiz da 3ª Vara Criminal da Comarca de Uberlândia, André Ricardo Botasso. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) confirmou que os réus já interpuseram recurso de apelação no dia 13 de junho, que será julgado em 2ª instância.
A assessoria de Alexandre Pires informou que ele e a esposa não irão se manifestar sobre o caso.
Segundo a sentença, o dinheiro foi retirado das contas pessoais e empresariais do cantor e da esposa Sara Campos entre 2014 e 2018. Uiara foi condenada pelos crimes de furto e lavagem de dinheiro a mais de 16 anos de prisão em regime fechado, porém o juiz concedeu a ela o direito de recorrer em liberdade.
Os crimes ocorreram no período em que a ré era administradora financeira das empresas do casal e tinha acesso total às contas bancárias e documentos. O marido dela, Elcione Cassiano, também foi condenado a 6 anos de prisão em regime semiaberto por lavagem de dinheiro.
Ainda segundo a defesa, o réu Elcione ratifica as declarações de Uiara (veja nota na íntegra abaixo).
Outras três pessoas também foram acusadas de terem participado do esquema de lavagem de dinheiro e de terem fornecido declarações falsas em documentos públicos para tentar prejudicar as vítimas, mas foram absolvidas pelo juiz.
A denúncia foi oferecida pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) em 2020. Consta no processo, que Uiara usou de abuso de confiança e fraude, ocultando a origem do dinheiro e lavando os valores. Além disso, a mulher comprou imóveis e fez reformas em nome próprio e de terceiros.
Após ser demitida, a ex-funcionária foi acusada de ter usado indevidamente chips de planos de uma empresa de telefonia, cujos benefícios pertenciam aos patrões.
No processo, a defesa da condenada alegou que ela não teria cometido crimes, e as movimentações financeiras seriam compatíveis com empréstimos e ajudas recebidas. A defesa também pediu perícia judicial, alegando que as provas produzidas não comprovavam crime.
Contudo, após ouvir testemunhas, vítimas e analisar as provas, o magistrado de Uberlândia considerou que ficou comprovado a subtração dos recursos dos patrões, além do desvio de bens e serviços.
As movimentações financeiras de Uiara, segundo o juiz, também indicavam depósitos em dinheiro sem origem comprovada.
Além da condenação criminal por furto qualificado e lavagem de dinheiro, o juiz determinou o pagamento de R$ 1,5 milhão em indenização aos empresários, o bloqueio de bens da condenada para garantir o ressarcimento do dinheiro furtado, além do pagamento de multa.
Relação entre as vítimas e a ex-funcionária
Em seu depoimento, Sara Campos, esposa de Alexandre Pires, afirmou que conheceu a ex-funcionária em 2007 quando trabalharam juntas em uma concessionária de motocicletas. Após se casar com Alexandre, Sara explicou que a mulher passou a administrar algumas atividades econômicas do escritório do cantor.
A partir de 2011, Uiara então passou a ocupar cargo de confiança dos patrões e a ter controle das atividades financeiras das pessoas físicas e jurídicas do casal, sendo que a ex-funcionária foi contratada com carteira assinada.
Com informações:G1
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