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Rapaz morto com tiro no rosto iria pedir namorada em casamento

Namorada do apucaranense Bruno Emídio da Silva Junior, de 33, morto com um tiro no rosto ao olhar sobre um muro de uma residência no Distrito do Pirapó no último dia 11, Stella Manosso Demarchi, 24, ainda tenta se recuperar do trauma da tragédia. Estudante de medicina, ela estava com Bruno no dia da morte e conta que o rapaz iria pedi-la em casamento no Dia dos Namorados, em 12 de junho.

“Nós estávamos há sete anos juntos e nosso casamento já estava planejado e seria em 2025. Só estávamos esperando eu concluir minha faculdade para casar. No domingo eu descobri que ficaria noiva. Ele já tinha planejado e contado para minha sogra que faria o pedido no Dia dos Namorados e daríamos o seguimento a todos os preparativos do casamento”, contou Stella, que estuda em Maringá.

Stella e o namorado eram convidados do sobrinho dos donos da casa no Distrito do Pirapó, onde ocorria um churrasco. E durante a confraternização, ela também ganhou de presente o projeto da casa onde iria morar. “Nosso amigo nos mostrou a casa, que ele havia projetado, e nos presenteou naquele dia com o projeto da nossa futura casa”, relata.

O churrasco foi interrompido pelos estampidos na casa vizinha. Inicialmente, os amigos acreditaram ser barulho de “bombinhas”. “Perguntei as horas para minha amiga, que respondeu 22h42. Exatamente nesse momento ouvimos quatro disparos. O Bruno vai para frente da casa e fica sem entender. Ele estava preocupado que algo estivesse acontecendo. Voltamos para dentro e houve comunicação com o autor dos disparos. Naquele momento achávamos que eram bombinhas e meu amigo pediu para parar”, relata.

Stella relata que no momento em que eles saíram da casa para verificar o que estava acontecendo, oito disparos já haviam sido efetuados. “Bruno estava preocupado com a tia dele que mora na mesma rua e que já teve a casa assaltada e com uma amiga que tem duas crianças. Ele estava preocupado e por isso sobre no abrigo de gás e começa a olhar”.

Na opinião de Stella, a alegação de legítima defesa do autor do assassinato cai por terra diante de toda movimentação na casa nos momentos que antecedem os disparos. “Nos chegamos na casa por volta das 8 da noite. Teve movimentação na casa durante todo o dia e a intenção era justamente que ninguém soubesse que o dono estava viajando. A música estava ligada, churrasqueira acesa, dava para perceber que havia uma confraternização. Tinha voz de mulher, brincadeiras, risadas e luzes acesas”, afirma.

Segundo Stella, Bruno era o homem mais incrível que ela já conheceu na vida. Ele trabalhava com o pai, como vendedor autônomo, e estava prestes a iniciar uma faculdade de administração de empresas. Seu maior sonho era ser pai e construir uma família “Ela ela muito alegre, muito vivo. Era impossível ficar triste perto dele. A pessoa mais incrível que eu conheci”, afirma.

Bruno recebia um carinho muito grande da família por conta de problemas de saúde desde criança. Diagnosticado com diabetes tipo 1, ele tomava insulina todos os dias. Em 2015, chegou a sofrer um infarto, mas se recuperou. “Sou muito religiosa e acredito que Deus o salvou naquela época para que pudéssemos nos conhecer. Infelizmente, nossos sonhos foram ceifados”, lamenta.

Mesmo diante de uma tragédia, ela reúne forças para pedir justiça. “Quero justiça ele precisa pagar pelo que ele fez, ele tirou uma vida. Quero que ele fique preso, porque tenho medo caso ele venha ser solto. Graças a Deus tenho família que me apoia muito, nossos amigos, é de onde a gente tira força nesse momento”, afirma.

Advogado da família, Lucas Eduardo Cardoso acredita que será impossível para o suspeito alegar legítima defesa, pois há provas de que ele sabia que a casa não estava vazia e que um grupo de amigos realizava um churrasco no imóvel. Segundo o advogado, em dezembro do ano passado o proprietário do imóvel registrou um boletim de ocorrências após o vizinho atirar contra o muro de sua casa.

“Em dezembro o dono do imóvel fez B.O. contra o réu justamente por ele atingir a parede. Desde então os dois pararam de conversar e o autor dos fatos imaginava que era o proprietário do imóvel que estava olhando sobre o muro. É uma informação relatada pelo próprio dono do imóvel de que o tiro era direcionado ao morador da casa ou a algum parente”, afirma o advogado.

A frieza demonstrada pelo autor do assassinato também surpreendeu o advogado. “Ele reagiu de uma forma muito fria, uma situação que traz até certo constrangimento diante da gravidade do crime cometido”, relata. O empresário foi preso no último dia 13 de março deve responder por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e sem chance de defesa da vítima.

DEFESA DO SUSPEITO

A defesa do autor do disparo alega legítima defesa. De acordo com o advogado Paulo Pavolak, o morador do Distrito de Pirapó realizou dois disparos ao escutar barulhos na casa vizinha, onde estava a vítima que sofreu o disparou ao olhar por cima do muro. Os tiros, segundo a defesa, foram efetuados apenas para assustar uma suposta invasão de criminosos, considerando que os moradores da residência estavam viajando.

Fonte: TN Online

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