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Oito funcionários da Vale são presos em investigação sobre Brumadinho

Segundo a força-tarefa que investiga a tragédia, eles sabiam da instabilidade da barragem. A prisão, em penitenciária de segurança máxima, é temporária, por 30 dias.

 

A força-tarefa que investiga a tragédia de Brumadinho prendeu oito funcionários da mineradora Vale, na última sexta-feira (15), em Minas Gerais. Segundo o Ministério Público, eles sabiam da instabilidade da barragem.

Os investigadores afirmam que os quatro gerentes, os três funcionários da área técnica e um diretor são diretamente envolvidos na segurança e estabilidade da barragem 1, que se rompeu no dia 25 de janeiro.

São eles: Joaquim Pedro de Toledo, Renzo Albieri Guimarães Carvalho, Cristina Heloíza da Silva Malheiros, Artur Bastos Ribeiro, Marilene Christina Oliveira Lopes de Assis Araújo, Hélio Márcio Lopes da Cerqueira, Alexandre de Paula Campanha e Felipe Figueiredo Rocha.

Os presos começaram a ser ouvidos pelo Ministério Público estadual, em Belo Horizonte. Durante os 30 dias da prisão temporária, os homens vão ficar numa penitenciária de segurança máxima na Grande BH. As outras duas funcionárias numa prisão para mulheres na capital.

O juiz diz ter visto razões de autoria ou participação dos investigados na prática de centenas de crimes de homicídio qualificado, que a lei considera crime hediondo.

Os investigadores chegaram aos oito funcionários da Vale a partir dos depoimentos de outros cinco investigados, presos quatro dias após o desastre e liberados dez dias depois. Um deles é o engenheiro Makoto Namba, da TÜV SÜD, empresa contratada pela Vale para fazer os estudos de estabilidade da barragem que se rompeu.

Em maio de 2018, Namba escreveu num e-mail para colegas da empresa que tudo indicava que os estudos não passariam e que, a rigor, eles não poderiam assinar a declaração de condição de estabilidade. Disse também que Felipe Rocha, do setor de Gestão de Riscos Geotécnicos da Vale, preso na sexta, tinha ligado para saber dos estudos. Segundo Namba, ele teria comentado que todos os esforços para aumentar a segurança seriam feitos, mas que seriam soluções de longo prazo.

Makoto Namba concluiu o e-mail dizendo: “Mas como sempre a Vale irá nos jogar contra a parede e perguntar: e se não passar, irão assinar ou não?”.

A TÜV SÜD acabou assinando a declaração de estabilidade quatro meses depois, em setembro de 2018.

No depoimento, Makoto Namba também citou o diretor de Geotecnia da Vale, Alexandre de Paula Campanha. Namba disse à polícia que se sentiu pressionado por Alexandre para liberar a declaração sob o risco de perderem o contrato com a Vale.

Na ordem de prisão, o juiz afirmou que qualquer um dos oito funcionários da Vale, sabedores da situação crítica da barragem desde meados de 2018, deveria ter agido de maneira preventiva e acionado o plano de ação emergencial, o que evitaria centenas de mortes.

“Foram encontrados diversos elementos de prova que demonstram, de uma forma muito convincente, que não foi um acidente. Que funcionários da empresa Vale e funcionários da empresa TÜV SÜD tiveram acesso a informações que demonstravam o estado crítico da barragem B1 de forma, que eles assumiram, sim, o risco do rompimento e o risco do resultado morte de centenas de pessoas”, disse o promotor de Justiça William Garcia Pinto Coelho.

A Vale declarou que considera as prisões desnecessárias, porque os funcionários já tinham prestado depoimento de forma espontânea e que sempre estiveram disponíveis para esclarecimentos. A empresa afirmou, ainda, que tem apresentado documentos e informações voluntariamente e que vai permanecer contribuindo com as investigações.

Em Brumadinho, as equipes de resgate completaram, nesta segunda-feira (18), o 25º dia seguido de buscas. São 169 mortos e 144 pessoas ainda estão desaparecidas.

Com informações do G1 Jornal Nacional

Foto: AP Photo/Bruno Correia/Nitro via AP

 

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