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Policial

MP denuncia seis pessoas por envolvimento em exploração de jogos de azar em Arapongas

Seis pessoas investigadas por exploração de jogos de azar em Arapongas, no norte do Paraná, foram denunciadas pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) por organização criminosa, corrupção ativa e passiva, violação de sigilo funcional, obstrução de justiça e lavagem de ativos.

O MP-PR apurou a prática de um esquema de corrupção de policiais civis que faziam parte da Delegacia de Arapongas. A promotoria apura se os policiais recebiam propinas mensais para evitar fiscalizações ou investigações contra um grupo responsável pelo jogo do bicho na cidade.

O MP-PR detalhou que os policiais investigados forneceram informações sigilosas para o grupo criminoso, e nas conversas usavam os termos ‘costuras, blusas, encomendas e costureira’ quando falavam sobre o esquema.

A operação foi deflagrada após a análise das informações de um celular de uma servidora da prefeitura de Arapongas que estava trabalhando na delegacia da cidade.

De acordo com a promotoria, essa servidora era o elo de ligação entre o responsável pelo jogo do bicho na cidade, Osvaldo Alves dos Santos, que foi vereador até 2020, e os policiais. Os agentes públicos recebiam propina para proteger a atividade ilegal e se omitissem em investigações sobre eventual combate aos jogos de azar.

No decorrer da apuração, um delegado aposentado da Polícia Civil, que atuou na delegacia da Arapongas, foi preso suspeito de integrar o esquema. Carlos Marcelo Sakuma está preso desde 16 de agosto.

Denúncia

Conforme a denúncia, o ex-delegado ‘era o líder do grupo criminoso incrustado na 22ªSubdivisão Policial de Arapongas’. Em parceira com outro denunciado, apontado pelo promotores como chefe do jogo do bicho na cidade, ele desenvolveu uma ‘rede de proteção’ que concedia privilégios e trocas de informações sobre ações contra os jogos de azar.

Para que o esquema funcionasse, o ex-delegado contava com a ajuda de servidores da unidade policial que confiava, ainda segundo MP-PR. A troca de informações entre os policiais investigados e os organizadores do jogos de azar era realizada por um servidora da prefeitura que foi cedida à delegacia. Ela, ainda conforme a promotoria, era quem intermediava repasses de valores ilícitos.

Para o MP-PR, os policias civis envolvidos no esquema, inclusive o delegado aposentado, recebiam propina e privilégios políticos.

“em conjunto com outras pessoas ainda não completamente identificadas, associaram-se de maneira estável e estruturalmente ordenada, mediante divisão de tarefas, ainda que de modo informal, com o objetivo de obterem direta ou indiretamente vantagens que, de um lado se consubstanciavam nos benefícios e privilégios de proteção ao “jogo do bicho” e, de outro, vantagem econômica indevida, mediante a prática dos crimes de corrupção passiva e ativa”, diz um trecho da ação.

Em outro ponto, os promotores descrevem como as investigações contra os envolvidos com o jogo do bicho não eram realizadas na cidade.

“Informações sigilosas que abarcavam desde “denúncias”, lavratura de flagrantes e eventuais datas de deflagrações de operações relativas ao “jogo do bicho”, além de determiná-los a absterem-se de praticar atos de ofício intrínsecos aos cargos, notadamente aqueles vinculados a fiscalização e repressão da referida contravenção”, os promotores destacaram em outro trecho da denúncia.

A promotoria detalhou que o esquema ilegal foi cessado com a transferência do então delegado-chefe de Arapongas para Jaguapitã.

Defesas

Em nota, a defesa de Marcelo Sakuma disse que é falsa a afirmação de que ele seria o líder da suposta associação criminosa, por isso, o Ministério Público terá que produzir as provas no processo.

G1 não conseguiu localizar a defesa de Osvaldo Alves dos Santos, ex-vereador de Arapongas.

Pedidos

O MP-PR também pediu à Justiça que seja decretado o bloqueio e perda de bens de, ao menos, R$ 35 mil,acrescidos de juros e correção monetária, para reparar possíveis danos ao erário.

Também foi pedido a perda, em favor do Estado do Paraná, de todos os bens, direitos e valores relacionados, direta ou indiretamente, à prática dos crimes de lavagem de ativos descrita na denúncia.

Quanto aos servidores públicos denunciados, o MP pede que eles percam os cargos, funções ou mandatos eletivos eventualmente ocupados.

Mais informações na programação da Rádio Cultura AM 930

(Via Portal G1)

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